Festas na Avenida Batel de antigamente

Por CID DESTEFANI

Bondinho da prefeitura na festa do Batel

Antigamente na  Avenida do Batel tinha um grande problema aos domingos, que acontecia pelo fato de haver sido fechada a Rua 15 de Novembro para o trânsito de automóveis. A juventude perdia o espaço usado aos domingos no centro da cidade e na procura de outro ambiente para seus bate-papos, namoros e o que mais gostam: verem e serem vistos. O ambiente escolhido foi a Avenida do Batel.

O ajuntamento de automóveis, motos e mesmo do pessoal a pé promovia um congestionamento fantástico desde a Rua Buenos Aires até a Rua Carneiro Lobo. Tal acontecimento perturbava, além do trânsito, o comércio estabelecido na região. Foi então que o Ney Sales, usando o nome da Samitel, começou a promover festas aos domingos fechando o tráfego da Avenida entre as ruas Ângelo Sampaio e Francisco Rocha.

As tais festas eram movimentadas, principalmente pela criançada da região e mesmo de outros bairros adjacentes ao Batel. As brincadeiras começavam logo pela manhã, tendo a abertura um desfile animado por uma banda de música, ou do Exército, da Aeronáutica, dos Bombeiros e da própria Polícia Militar. A prefeitura mandava sua equipe com jogos e outros aparelhos de diversões. O Regimento de Cavalaria Coronel Dulcídio enviava montarias e praças para fazer a alegria da garotada no lombo dos cavalos.

Tais festas eram motivadoras da agregação entre os moradores vizinhos. Eram feitas apresentações artísticas patrocinadas pela saudosa Sociedade do Batel, do também saudoso presidente Luiz Carlos Sabatke. O Lauro Soares, afeito ao balcão do Cruzeiro, cantou a bola: – Vocês vão ver: esse coronel é carioca, não demora vai estar aí com uma escola de samba! Não deu outra. Num carnaval, o Ney arrumou uma apresentação da tal escola predita pelo Laurinho, escola meio reba, mas valeu o batuque.

A Sociedade Amigos do Batel teve seu fim com a saída do Ney Sales do comando do 5.° Belog. e sua transferência para o Rio de Janeiro. O Batel mudou. Curitiba mudou. A juventude não mais desfila pelas ruas. Hoje seus pontos de encontro são nos shoppings, onde se sentem mais seguros. A Churrascaria Parque Cruzeiro desapareceu, seu famoso bar deixou saudades para muita gente que ainda vive. O Zé Maria Garmatter é um desses saudosistas que vivem pedindo que se escreva a história daquele ponto de encontro, nos bons tempos do velho Batel. Um dia, talvez, saia um livro especial sobre o Batel, bairro Babel.

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