Orleans

Rua Prof. João Falarz no bairro Orleans, o eixo de negócios para quem mora no Ecoville.

O Bairro Orleans caracterizada por ser uma região de imigrantes poloneses. Fundada em 1875 por cerca de 30 famílias de imigrantes poloneses. Crescendo ao redor da Paróquia Santo Antonio de Orleans e do seu cemitério paroquial

Seu nome original era o distrito de Nova Polônia. Este bairro, é a porta de entrada da cidade de Curitiba, através da Rodovia do Café, BR-277, de quem vem do interior ao estado. Tem esse nome, pela homenagem feita ao Conde de Orleans, também conhecido como Conde d’Eu, esposo da Princesa Isabel, durante uma visita do Imperador Dom Pedro II, no final do século XIX sobre o governo de Lamenha Lins, fundando assim a colônia do Orleans.

Na ocasião da visita o imperador trouxe de presente os sinos para a Igreja de Santo Antonio e uma imagem de Santo Antonio. Os sinos permanecem até os dias atuais, entretanto a imagem de Santo Antonio desapareceu por muitos anos e ano passado reapareceu , segundo informou o Padre Carlos Beltrando, vigário da igreja Santo Antonio da Orleans , “ela reapareceu através de um morador não identificado que nos vendeu e no momento está no restauro, para colocarmos não na sacristia porque o tamanho não é o mesmo da anterior, mas colocaremos na capela externa ao lado da secretaria da igreja, nos comunicou o padre numa entrevista em sua casa paroquial.

Instalados os primeiros imigrantes, que receberam lotes de terra para cultivar, Lamenha Lins registrava, satisfeito, que “os colonos são excelentes lavradores; os terrenos de mato virgem estão arados e cultivados, tendo já dado boa colheita de trigo e centeio”.
Foram os próprios colonos poloneses, muito religiosos, que tomaram a iniciativa de erguer a igreja de Santo Antonio de Orleans. A igreja funcionava também como local para confraternizações, reuniões, discussões e organização social entre os moradores, que decidiam o quê, e como fazer, para melhorar as condições de vida de todos.
Nos anos 30 do século XX, a igreja que havia sido construída com torres de madeira, seguindo a tradição polonesa, dava lugar a uma edificação maior e toda em alvenaria.

Na mesma época o nome “Distrito Nova Polônia” deixou de existir. Parte dele foi desmembrado para o município de Campo Largo, surgindo então o bairro Ferraria naquela cidade vizinha. A área pertencia a Curitiba passou a ser denominada Campo Comprido.
Até os anos 60 e 70, boa parte dos moradores das antigas colônias ainda utilizava carroças e cavalos como meio de transporte. As ruas eram de barro, e o acesso ao centro da cidade, difícil e demorado. Foi a partir dos anos 80 que começaram as grandes transformações: a construção da represa do rio Passaúna, com o respectivo parque, e a criação da Cidade Industrial de Curitiba, a CIC, na área vizinha.

Quem circula hoje em dia na rua movimentada, chamada por alguns moradores da região como avenida João Falarz, nem imagina que há pouco menos de 80 anos atrás abrigava menos de 10 familias, como era o caso da família da Sra Wanda Kaminski Golemba Batistela, 80 anos,viúva, mãe de 2 filhos Marsilvia Golemba Batistela e Mauro Marcos Golemba , e 3 netos, as lembranças que viveu no bairro, “meu pai Antonio Kaminski tinha um armazém e um frigorífico, do outro lado da rua, apontando de frente da sua residência , essa propriedade ele trocou com o terreno da Igreja, se referindo ao imóvel, que se encontra do outro lado da BR 277, “ depois que papai faleceu , não demorou um ano eu fiquei viúva com apenas 30 anos, tive que arregaçar a mangas e trabalhar muito, cuidava da minha mãe , dos meus filhos e também do nosso Supermercado Colonial” que hoje funciona a Churrascaria Colonial, sobre a direção do seu sobrinho Jeferson A. Kaminski.

A rua Prof. João Falarz, começa na Rua Eduardo Sprada no Campo Comprido e termina na BR 277, logo em cima do viaduto , no semáforo em frente da igreja, com a Rua Vereador Toado Túlio, são mais de 200 comércios, de vários segmentos entre lojas de veículos , salões de beleza, açougues, restaurantes, material de construção,como é caso por exemplo da loja dos irmãos Alexandre e Ricardo Pires, “ viemos pra cá porque acreditamos no potencial econômico do Bairro e no crescimento imobiliário da região, estamos felizes e há 13 anos servimos com qualidade e bom atendimento” completa Cristiano.

Igreja Santo Antonio da Orleans

Quem pisa pela primeira vez nas dependências da Paróquia Santo Antonio de Orleans, percebe que ali não se trata apenas de uma simples igreja. Em cada detalhe da igreja ou até mesmo da tranquila Praça das Irmãs da Sagrada Família é possível perceber que o espaço para a fé católica do bairro é toda calcada na história.

Criada em dezembro de 1875 – ainda nos tempos de Dom Pedro – a Colônia Orleans chama a atenção desde os seus primeiros passos como fonte de evangelização. A primeira capela, construída graças à liderança do Pe. Ludovico Przytarski, foi inaugurada em 1880 e contou com forte apelo dos imperadores brasileiros: no mesmo ano, Dom Pedro II visitou a comunidade e prometeu uma imagem do já padroeiro Santo Antonio e de dois sinos para a torre da igreja.

Os presentes foram recebidos e representaram um marco na história da importante colônia – a confirmação de que Orleans estaria se tornando uma comunidade apta a receber fiéis e praticar a incessante fé cristã. Para tanto, a igreja de Orleans foi repassada para as mãos dos padres vicentinos em 1908 – três anos atrás, a comunidade comemorou o centenário com uma série de atividades e ações sociais.

A atual estrutura da Igreja Matriz só foi de fato conhecida em 1930, quando o então Pe. Silvestre Kandora liderou a construção da nova estrutura, demolindo a peça original edificada por Pe. Przytarski. Orleans foi elevada à categoria de Paróquia em 1936 pelo Arcebispo Diocesano de Curitiba, D. Euzébio Atico da Rocha. Com tamanha responsabilidade e alcance, a comunidade foi crescendo e gerou outras 7 capelas – das quais a Paróquia de Orleans é considerada a Matriz.

A Vida do Prof. João Falarz ,

Seu ideal era servir a Deus e a Pátria.

Nascido em 10 de maio de 1868, em Jaslo na Polônia, imigrante , veio aportar se em nossas terras nativas juntamente com seus pais , Cristovão e Madalena Falarz, em outrora dos anos 1883 , quando ainda tinha 15 anos de idade.

Desde criança em sua terra natal, cursou as primeiras letras e aqui no Brasil, embora enfrentando a dura tarefa de desbastar as matas e cultivar a terra, esse jovem, cheio de idealismo, continuou estudando com dedicação a aprendizagem do novo idioma de sua Pátria adotiva, em pouco tempo ele já dominava corretamente e sem sotaque a nossa língua.

Inicialmente viveu na Colônia Murici, município de São Jose dos Pinhais, para onde se havia deslocado a imigração Polonesa. Logo depois, com seus pais transferiu se para a Colônia Princesa Cristina, município de Campo Largo.

Não tinha ainda 20 anos quando foi residir na Colônia Nova Orleans, a 4 km do centro da Capital , nesse novo povoado os imigrantes poloneses foram se agrupando junto a capela , cemitério e escola para as crianças, conhecida como Santo Antonio da Orleans e Escola Estadual Santo Antonio.

Prof. João Falarz foi um grande educador , sendo uns dos primeiros professores da escola primária Orleans, onde lecionou ate 1918, se aposentando e deixando como sucessor um dos seus filhos Segismundo Falarz.
Seu trabalho como professor, sempre foi alem dos bancos escolares, ele buscava por meio da instrução , proporcionar a melhor condição de vida para os colonos, ensinava o cultivo racional da terra, orientava os trabalhadores na luta pelos direitos, legitimando as escrituras da terra , o registro da carteira de identidade e a naturalização.Ele mesmo foi naturalizado brasileiro e reconhecido no governo Getulio Vargas , aos 26 de julho de 1940 , de conformidade com o Decreto Lei n 1202 de abril de 1939.
Nas eleições lutava para que todos eleitores cumprissem o seu dever do voto. Lutos pelos ideais de Marechal Floriano Peixoto e cerrou fileiras ao lado do Dr. Vicente Machado. Ingressou na Guarda Nacional, conseguindo o posto de Alferes, conforme atesta a Carta Patente de 21 de setembro de 1901, assinada pelo presidente dr. Campos Salles.

Católico convicto e praticante como poucos, jamais deixou de cumprir seus deveres, auxiliou muito para a consolidação da vida religiosa na colônia , aos 21 anos se casou com Genoveva Wisniewski, tiveram 10 filhos , sendo 3 deles padres: José Falarz, Monsenhor Henrique Falarz e Monsenhor Boleslau Falarz, e a geração de padres continuou, sendo mais 2 netos : Aurélio Falarz e Monsenhor Estenelau Polakowski.

João Falarz animava as missas cantando e tocando órgão todos os dias , na Igreja Santo Antonio da Orleans ate 1947 , ano do seu falecimento, viveu até 75 anos e seu corpo repousa no cemitério da Nova Orleans

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