“Um só coração: seja vida na vida de alguém”

Por Priscila Volpato Oliveira Pontes

E num instante as luzes se apagam, o fim chega, tudo vira passado. Os mais próximos choram, afinal, perdas doem, depois de um tempo tudo – ou quase tudo – volta ao normal.

O novo serviço disponibilizado pelos Cartórios de Notas é gratuito e pode ser feito no conforto de casa. Este serviço é a AEDO – Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos. Por meio dela, podem ser doados coração, rim, fígado, e outros órgãos.

Doar faz parte da natureza humana. Alguns doam parte do seu tempo para serviços comunitários, outros doam roupas usadas, doam móveis, imóveis, dinheiro. Outros doam vida! O Brasil é reconhecido como um país solidário, e o Paraná já foi reconhecido como o estado mais solidário.

Um doador de órgãos é capaz de salvar mais de 10 pessoas. Veja alguns famosos que são transplantados e que tiveram a oportunidade de continuar sua jornada por mais algum tempo aqui: Steve Jobs, Claudia Rodrigues, Faustão, Stevie Wonder.

Quem quiser ser doador de órgãos, vai poder, a partir de agora, registrar de forma oficial essa vontade num documento digital.

A Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos, a AÊDO, pode ser feita em qualquer um dos mais de 8 mil cartórios de notas do país.

A novidade foi apresentada no dia 2 de julho de 2024 pelo Conselho Nacional de Justiça em parceria com o Colégio Notarial do Brasil e o Ministério da Saúde.

O documento digital pode ser preenchido de forma gratuita no site aêdo.org.br ou no aplicativo e-notariado; escreve assim: e hífen notariado.

Lá, a pessoa escolhe qual órgão deseja doar, como medula, intestino, rim, pulmão, fígado, córnea, coração ou até todos.

Esse formulário eletrônico, então, é recebido pelo cartório de notas selecionado pelo interessado em doar.

Depois, o representante do cartório faz uma videoconferência com o doador pra identificá-lo e registrar, oficialmente, a vontade dele.

Feito isso, os dois assinam digitalmente a Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos, passando a valer juridicamente a vontade do doador.

Como explicou o presidente do Conselho Nacional de Justiça, ministro Luís Roberto Barroso.

Hoje, pela lei, quem autoriza a doação em caso de morte cerebral é a família da pessoa que morreu.

Só que ela precisava saber da intenção do parente morto em doar os órgãos ou os tecidos.

Agora, com o registro eletrônico no cartório, os profissionais da Saúde podem comprovar à família o desejo da pessoa morta em doar órgãos.

Segundo o Ministério da Saúde, hoje, no Brasil, 60 mil pessoas aguardam na fila do transplante de órgãos.

E no ano passado, três mil morreram pela falta de doação de órgãos.

Para a ministra da Saúde, Nísia Trindade, Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos pode ajudar a mudar essa realidade.

Então, lembrando, a sua vontade espontânea de doar órgãos pode ser registrada oficialmente no aplicativo e-notariado ou no site no site aedo.org.br . 

É muito fácil se tornar um doador de órgãos, e transformar tristeza em alegria, saudade em esperança, luto em renovação, para que o ciclo da vida continue com uma parte de doador vivendo no corpo de outra pessoa.

A vida é feita de conversas, basta uma para salvar vidas. Acessando a plataforma do enotariado (www.e-notariado.org.br), o doador entra em contato com o Cartório de Notas e formaliza gratuitamente a sua AEDO. A plataforma está acessível 24 horas por dia, sete dias por semana, de qualquer dispositivo com acesso à internet.

A cultura de doação de um país é um indício da maturidade e evolução da consciência coletiva de uma sociedade. Ser doador de órgãos é não deixar cair por terra o que pode ser útil para outra pessoa.

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