Eleições 2018: 13 partidos governarão Estados a partir do ano que vem

Eleições 2018: 13 partidos governarão Estados a partir do ano que vem

Após os resultados do segundo turno, 13 partidos governarão Estados brasileiros a partir do ano que vem

O PT não conseguiu voltar à Presidência da República com a derrota de Fernando Haddad para Jair Bolsonaro (PSL), mas sai desta votação como o partido com o maior número de governadores no país.

A legenda comandará o Executivo de quatro Estados a partir de 1º de janeiro de 2019. No entanto, obteve um desempenho pior do que em 2014, quando elegeu cinco governadores. Agora, o PT governará cerca de 30,6 brasileiros, ou 14,7% da população. Em 2014, era responsável por 48,7 milhões.

Com três Estados sobre seu comando – São Paulo, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul, dois a menos do que em 2014 – o PSDB governará a maior população, 59,6 milhões de pessoas, ou 28,6% do país. Apenas São Paulo, o Estado mais populoso do Brasil, tem 45,5 milhões de habitantes. Em 2014, no entanto, a legenda governava 72,3 milhões no total.

PSL, MDB e PSDB terão três governadores cada, mas a situação da legenda do agora presidente eleito Bolsonaro é inversa às dos partidos do atual presidente, Michel Temer, e do candidato tucano à Presidência, Geraldo Alckmin, que terminou no quarto lugar.

O PSL não tinha governadores até esta eleição. Já o MDB, após eleger o maior número de governadores em 2014, encolheu, ao passar de seis para três.

O PDT também sofreu perdas significativas: tinha três governos e passa a ter um. Ao mesmo tempo, DEM e PSC conquistaram dois governos, e o Novo, um – os três partidos não tinham governadores.

As legendas que mantiveram o mesmo número de governadores foram PSB, com três, PSD, com dois, e PC do B, PHS e PP, com um governo cada.

Confira abaixo como fica o mapa do Brasil de acordo com os partidos que ocuparão os governos estaduais e, em seguida, como foi o desempenho de cada partido nesta votação em relação às eleições anteriores*.

PT
Conseguiu se reeleger em três Estados: Rui Costa na Bahia, Camilo Santana no Ceará e Wellington Dias no Piauí.

Perdeu o governo em Minas Gerais, o segundo maior colégio eleitoral do país, onde o atual governador Fernando Pimentel ficou em terceiro lugar no primeiro turno.

Também sofreu um revés no Acre, onde, após cinco governos petistas seguidos, o candidato do partido nesta eleição, Marcus Alexandre, foi derrotado já no primeiro turno.

Por outro lado, conquistou o governo no Rio Grande do Norte, com a vitória da senadora Fátima Bezerra – o Estado era comandado por Robinson Faria (PSD), que ficou em terceiro lugar no primeiro turno.

PSL
O partido do presidente eleito Jair Bolsonaro elegeu governadores em três Estados – em todos os casos, os candidatos disputavam sua primeira eleição. A partir do ano que vem, governará 9,4 milhões de brasileiros.

Venceu em Santa Catarina com Comandante Moisés, coronel da reserva dos Bombeiros que se filiou ao partido neste ano.

Em Rondônia, elegeu o policial militar reformado Coronel Marcos Rocha, atual presidente estadual da legenda.

O empresário Antonio Denarium foi eleito em Roraima. Ele tornou-se filiado do PSL neste ano e assumiu a presidência estadual da legenda pouco depois.

MDB
Alagoas foi o único Estado onde o partido se manteve no comando do Executivo, com a reeleição de Renan Filho.

O MDB não conseguiu repetir o desempenho da eleição anterior no Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Rondônia e Sergipe.

Em Sergipe e no Rio de Janeiro, os governadores emedebistas Jackson Barreto e Luiz Fernando Pezão haviam sido reeleitos em 2014, e a legenda não lançou candidatos próprios – no Rio, o partido não governará o Estado pela primeira vez desde 2007. No Espírito Santo, o governador Paulo Hartung não tentou a reeleição.

O governador José Ivo Sartori foi derrotado no Rio Grande do Sul, e o candidato do partido em Rondônia, Maurão de Carvalho, ficou em terceiro lugar no primeiro turno.

O partido venceu no Pará, com Helder Barbalho, e no Distrito Federal, com Ibaneis Rocha. Agora, será responsável por 14,8 milhões de pessoas.

PSDB
Conseguiu manter sua hegemonia no maior colégio eleitoral do país, São Paulo, Estado que governa desde 1995 – João Doria derrotou Márcio França (PSB) e sucederá Geraldo Alckmin.

No Mato Grosso do Sul, o governador Reinaldo Azambuja se reelegeu. E, no Rio Grande do Sul, Eduardo Leite derrotou o emedebista Sartori no segundo turno.

O PSDB deixará de governar Paraná, Pará e Goiás.

A legenda não lançou candidato no Paraná – onde apoiou a atual governadora Cida Borghetti, que assumiu após o tucano Beto Richa deixar o cargo para concorrer ao Senado – e no Pará, onde o governador Simão Jatene não podia tentar um terceiro mandato e apoiou Marcio Miranda (DEM), que foi derrotado no segundo turno por Barbalho.

Em Goiás, o tucano Zé Eliton ficou terceiro no primeiro turno.

DEM
Conquistou o governo do Mato Grosso, com a vitória de Mauro Mendes, e de Goiás, com a eleição do senador Ronaldo Caiado – em ambos o casos, a disputa foi decidida já no primeiro turno. O partido administrará um território com 10,4 milhões de brasileiros.

PSB
Manteve-se no governo de Pernambuco, onde Paulo Câmara se reelegeu, e da Paraíba, com a eleição de João Azevêdo, que sucederá Ricardo Coutinho.

Passará a governar o Espírito Santo, com a vitória de Renato Casagrande, e deixará o governo do Distrito Federal, onde Rodrigo Rollemberg não se reelegeu.

No total, o PSB terá 17,5 milhões de pessoas sob seu governo.

PSC
O partido conquistou dois governos com candidatos que nunca tiveram um mandato político.

No Rio de Janeiro, o terceiro maior colégio eleitoral do país, o ex-juiz federal Wilson Witzel disputou sua primeira eleição e venceu Eduardo Paes (DEM) no segundo turno.

O jornalista Wilson Lima também concorreu pela primeira vez e derrotou o governador Amazonino Mendes (PDT) no segundo turno no Amazonas.

Por ter conseguido o Rio, o PSC passou a ter o comando da terceira maior população do Brasil – 21,2 milhões de pessoas.

PSD
Perdeu o governo do Rio Grande do Norte, onde o governador Robinson Faria não passou para o segundo turno, e em Santa Catarina, com a derrota de Gelson Merísio no segundo turno para o Comandante Moisés (PSL).

Passará a governar o Paraná, com a vitória de Ratinho Junior, e Sergipe, onde Belivaldo Chagas assumiu o governo após Jackson Barreto renunciar e, agora, se reelegeu. No total, 13,6 milhões de brasileiros.

Novo
Com a conquista do governo de Minas Gerais, o segundo Estado mais populoso do Brasil, o Novo passa a ter 21 milhões sob sua administração.

O empresário Romeu Zema venceu a primeira eleição que disputou ao derrotar o ex-governador Antonio Anastasia (PSDB) no segundo turno.

PCdoB
O governador Flávio Dino se reelegeu no Maranhão ainda no primeiro turno. O partido continuará governando para 7 milhões de pessoas.

PDT
O partido de Ciro Gomes, que ficou em terceiro lugar no primeiro turno da eleição presidencial, conseguiu se reeleger no Amapá com a vitória de Waldez Góes. Agora, tem 800 mil brasileiros sob seu governo.

Por outro lado, perdeu o governo do Amazonas, onde o governador Amazonino Mendes, que ganhou a eleição suplementar realizada em 2017 após a cassação do governador eleito em 2014, José Melo (Pros), e do seu vice, Henrique Oliveira (SD), por compra de votos, foi derrotado por Wilson Lima (PSC) no segundo turno.

Em Mato Grosso, o governador Pedro Taques não foi para o segundo turno.

PHS
Mauro Carlesse se reelegeu no Tocantins – ele chegou ao governo primeiro como interino e depois ao vencer a eleição suplementar realizada em junho deste ano, com a cassação do ex-governador Marcelo Miranda (MDB) e da ex-vice-governadora, Cláudia Lelis (PV), por caixa dois nas eleições de 2014.

O partido administrará um território com 1,6 milhão de pessoas.

PP
Perdeu o governo de Roraima, onde Suely Campos ficou em terceiro lugar no primeiro turno e não conseguiu se reeleger, e passará a governar o Acre, com a vitória de Gladson Cameli no primeiro turno. Será responsável por 900 mil brasileiros.

*Foram levados em conta os governadores eleitos em cada Estado em 2014 e desconsiderados os casos em que outros partidos assumiram governos neste ano, quando o eleito renunciou para concorrer a outro cargo. No Amazonas e no Tocantins, foram considerados os resultados de eleições suplementares realizadas após os governadores eleitos terem seus mandatos cassados.

Fonte: BBC noticias

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