MUSEU DA ESCOLA PARANAENSE – MEP

MUSEU DA ESCOLA PARANAENSE – MEP

Antigo prédio do Batel,que sediava a “Narcóticos” volta para o setor de educação e abriga o Museu da Escola , acervo de colégios do PR.
Entre 1906 e 1927, o local – uma requintada construção neoclássica – abrigou o Grupo Escolar Cruz Machado, um dos primeiros da cidade, criado para atender os filhos dos operários de fábricas da região.
A construção de 1906 foi inaugurada em 01 de fevereiro de 1907 como Casa Escolar Cruz Machado, quando funcionou como Estabelecimento de Ensino das séries iniciais e em 1923 passou a ser denominado Grupo Escolar Cruz Machado até o ano de 1925 e após sendo transferido para o Grupo Escolar Dezenove de Dezembro e desativado em 1928 com a Inauguração do Colégio Estadual Dom Pedro II. O prédio passou a ser repartição pública sendo uma delas a Inspetoria de Ensino e Delegacia passando a ser sede do MEP em 2014.
A formação é coordenada pelo Museu da Escola Paranaense visa assessorar as escolas para a construção e resgate da memória da educação pública paranaense. “A nossa função é dar o embasamento teórico e o acompanhamento prático, aliado à proposta pedagógica, para a criação dos centros de memória das escolas da rede estadual”, disse o coordenador do museu, Cláudio Ogliari.

Confira a Entrevista com o Professor e Coordenador do MEP Claudio Luis Nascimento Ogliari
FB- Fale sobre o MEP e como surgiu?
Cláudio Ogliari -O Museu da Escola Paranaense (MEP) é uma instituição que tem como propósito conceitual resgatar, preservar a história e a memória das Escolas da rede pública estadual de ensino do Estado do Paraná. Essa preservação possui um caráter pedagógico e tem como objetivo promover a noção de pertencimento e resgate da memória escolar.
Para isso, surgiu em 2016 o projeto da formação de Centros de Memória. Seu intuito é o de sensibilizar e despertar nos gestores das escolas públicas, professores, alunos e a comunidade escolar como um todo a terem um olhar mais atento aos assuntos ligados à memória e ao patrimônio histórico e cultural da rede estadual de ensino, bem como dar orientação museológica e pedagógica na criação de Centros de Memória. Essa ação ganhou destaque com a comemoração dos 70 Anos da Seed, momento importante de valorização da história da Educação no Paraná. O MEP é parte integrante da Secretaria de Estado da Educação do Paraná (Seed-PR) sob a Coordenação da Superintendência da Educação (Sued).

FB- Qual a importância do MEP para a comunidade?
Cláudio Ogliari- A importância de sua preservação e a compreensão de que a memória se refaz no dia adia, mas é no passado que encontramos respostas para os contextos atuais. A história é a vitrine dos acontecimentos e o marcador do tempo, do que se foi e do que virá.
O museu como um dos espaços de memória, trabalha a educação através de um acervo, material e imaterial.É nesse sentido que vamos trabalhar com um plano de ação deste museu junto com as Escolas Públicas do Paraná, para que tenha realmente uma ação voltada à memória e a guarda desse acervo. A Educação Patrimonial será o carro chefe desta ação, com projetos específicos, onde teremos parceiros capazes de dar subsídios à parte técnica de restauração, arquivamento e higienização.
FB- Quais projetos educacionais serão desenvolvidos?
Cláudio Ogliari- O Museu da Escola Paranaense – MEP desenvolverá vários projetos de Educação Patrimonial voltados para diretores e professores, com o objetivo de que esse conhecimento chegue à sala de aula.Com isso nossos alunos terão o sentido de pertencimento da memória e da conservação do nosso patrimônio público. Os Centros de Memória das Escolas Pública do Paraná tem como finalidade resguardar esse acervo “confinado”.Porém é de vital importância que os gestores tenham esse interesse de pertencimento, pois essa memória faz parte da história da educação e do Estado do Paraná.

FB- Como funciona os Centros de Memórias nas escolas?
Cláudio Ogliari- A memória resguardada nos centros de memória fará e mostrará à história do Paraná dentro das escolas e poderá ser objeto de investigação e de pesquisa. A partir do relatório das visitas técnicas, elaborado pela equipe do MEP, constatou-se que, todas as escolas tem como memória uma diversidade de objetos compostos por peças, documentos, pinturas, esculturas, ferramentas, vestuários, mobiliários, peças ornamentais, fragmentos arqueológicos, enfim os saberes e os fazeres do homem. Ressaltamos que esta memória deverá ser resguardada nas escolas. Os museus foram construídos ao longo do tempo, e passaram a ser um testemunho da história do homem no tempo e no espaço com um novo significado e função. A proposta é de transformar e construir o nosso olhar para o patrimônio público O objeto a ser analisado pode ser ressignificado, despertando o interesse para uma leitura, estimulando o sentido para um determinado contexto cultural e histórico, transformando e construindo desta maneira um novo olhar. Ao fazer a leitura de uma imagem, estimulamos nosso pensamento a refletir sobre o que vemos, a qualificá-la, de acordo com o nosso interesse e nossa condição de pertencimento. No espaço público, por exemplo, são inúmeras as possibilidades oferecidas para esse olhar transformador, como era, como é, quem fez isso ou aquilo, porque foi feito, qual a intenção, se promove o bem comum, é apenas decorativo, tem história, tempo, época, se agrega valores éticos e de cidadania aos meus conhecimentos. O espaço público é rico em informações. Observar e explorar a paisagem de uma cidade importa em conhecê-la de uma maneira diferente, criando um sentimento de apropriação. Educar o olhar tem um propósito para a formação dos nossos alunos.Os espaços de memórias a serem criados nas escolas tem a finalidade de memória, como os museus que oferecem muitas possibilidades através de seus acervos para a transformação e a construção de um jeito novo de ver as coisas, de ver e ler o mundo e compreendê-lo.

A contemplação de um objeto já é um modo de leitura seja ela de admiração ou de angústia, mas vai, muito mais além. Os objetos do acervo das escolas deverão ficar nesse espaço de memória, porque fazem parte desse contexto histórico, a sua função primária e específica , o seu significado original, como uma cadeira, uma mesa, um uniforme, um sino, etc., cuja função foi o uso e agora terá um novo significado de contemplação.Os olhos do visitante percorrem o espaço de memória, buscando o sentido das coisas ali expostas, às vezes pelo interesse, outras apenas pela curiosidade, buscam as informações nos textos, nas legendas e se não for o suficiente fará pesquisa ou procurará um mediador e cabe a este, o papel fundamental de estar apto a dar as informações precisas, tornando-se responsável pela formação de um público leitor da imagem não verbal.

FB- Como é esse resgate histórico e como a comunidade pode participar?

Cláudio Ogliari- A memória requer traduções, porque é plural, é seletiva. O sentimento afetivo nos faz guardar. Quando este sentimento está ausente,desprezamos, esquecemos.”. Os museus podem contribuir para o desenvolvimento da capacidade individual e coletiva do cidadão, permitindo receber informações sobre o passado, a compreender, a valorizar a memória entendendo a importância do elo entre passado e presente. Permite que as pessoas conheçam sua origem e passem a valorizar a preservação desse patrimônio cultural. Trabalhar a educação patrimonial no Museu da Escola Paranaense tem como finalidade mostrar à qualidade e diversidade do acervo das escolas públicas do Paraná, a memória dos feitos, as pesquisas históricas, os objetos que revelam existências, de tempo, espaço e funções. Os objetos e documentos comprovam que houve histórias cuja função original foi utilitária, e que passam a se ressignificadas em objetos de memória, apreciação e de reconhecimento. A memória resguardada nos centros de memória fará e mostrará à história do Paraná dentro das escolas e poderá ser objeto de investigação e de pesquisa.

Falar sobre coleções acervos:-Livros; -Moedas; -Medalhas; -Indumentária militar e civil e colegial; -Papéis Cartas, documentos históricos, fotos e cartões. É necessário que nós trabalhadores do museu, e todos os gestores das escolas não pensem esse museu como um espaço somente de memória apenas, mas como espaço de vida, de pertencimento, com uma política de comunicação voltada para a comunidade. Cada Centro de Memória terá um caráter pessoal que está intrinsecamente ligado ao seu acervo e as suas ações culturais e educativas e que deverão estar ligadas aos interesses de preservação memória pela importância cultural e histórica que lhe é devida. É antiga e restrita compreensão da instituição museu como um depósito de velharias, detentor de uma memória perdida no tempo e no espaço, se desfaz dentro dessa perspectiva. O museu de hoje se constitui em um recurso ao qual a comunidade recorre cada vez com mais frequência, pois passou a assumir mais funções das quais tradicionalmente lhe eram atribuídas, como recolher, estudar e conservar determinado patrimônio. A estas funções junta-se agora a contribuição fundamental dos serviços educativo e da educação patrimonial, que se apresentam nos espaços museológicos e nos centros de memória, criando e recriando novas relações de proximidade com o público.

Inclusive deixo aqui um apelo e questionamento para quem passou pelos tempos de outrora , nós da coordenação estamos em constante pesquisas e recebemos depoimentos , materiais, arquivistas, documental ou fotos de antigos estudantes que queiram contribuir para o nosso patrimônio publico.
A sede do Museu da Escola Paranaense está localizada na Avenida Bispo Dom José, n.º 2006, bairro Batel. O MEP não está aberto no momento para visitação, pois o prédio está passando por reformas. No entanto, caso seja necessário ir até o Museu da Escola por motivos educacionais, entre em contato pelos telefones O horário de funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h às 18h. Telefones para contato: (41) 3243-7484/3243-5171 e 3244-4607.
E-mail: museudaescola@seed.pr.gov.br

 

       ATUAL

Entre 1906 e 1927, o local – uma requintada construção neoclássica – abrigou o Grupo Escolar Cruz Machado, um dos primeiros da cidade, criado para atender os filhos dos operários de fábricas da região.

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