A audição é um dos cinco sentidos fundamentais para o ser humano. Sem ela, perdemos a oportunidade de desfrutar de muitos momentos da vida e da interação com o mundo: conversar com as pessoas, ouvir uma boa música, escutar os sons da natureza dentre tantos sons que já nos acostumamos a ouvir diariamente. Em casos de perda auditiva, a reabilitação auditiva, conduzida por um fonoaudiólogo, terá a função de devolver ao paciente a capacidade de ouvir e de preservar a sua qualidade de vida.
Entrevista com a Fonoaudióloga, Clari Dumke CRFa 9907
- O que é a reabilitação auditiva?
A reabilitação auditiva tem como finalidade fazer com que o paciente restabeleça as funções auditivas que estão prejudicadas em decorrência de uma perda . Em geral, a reabilitação auditiva se inicia com o uso de aparelhos auditivos ou de próteses implantáveis — como o implante coclear, por exemplo — e é associada a uma técnica terapêutica, que pode ser a terapia fonoaudiológica convencional ou o treinamento auditivo em cabine.
- Quais são os tipos de perda auditiva?
Algumas vezes a nossa audição não funciona do modo que deveria. A perda auditiva pode afetar um ouvido ou ambos, podendo ter várias causas diferentes.Há quatro principais tipos de perda auditiva, sendo todas elas normalmente tratáveis.
Perda auditiva condutiva
Quando o ouvido externo ou o médio não podem conduzir o som adequadamente, esse fenômeno é conhecido como perda auditiva condutiva.
Perda auditiva neurossensorial
Quando as células ciliadas na cóclea estão ausentes ou danificadas, ocorre a perda auditiva neurossensorial. Ela pode ter uma causa genética ou pode ser o resultado de um traumatismo craniano, de uma exposição a ruído alto ou algo a mais no ambiente. A perda auditiva neurossensorial é também comum do processo de envelhecimento.
Perda auditiva mista
A perda auditiva mista vem a ser uma combinação de perda auditiva neurossensorial e condutiva. Ela é consequência de problemas tanto no ouvido interno quanto no ouvido externo ou médio.
Perda auditiva neural ou retrococlear
Quando o nervo auditivo está danificado ou ausente, esse fenômeno é conhecido como perda auditiva neural ou retrococlear. Aparelhos auditivos e implantes cocleares não podem ajudar, pois o nervo não é capaz de levar as informações sonoras ao cérebro.Todavia, em muitos casos um implante auditivo de tronco cerebral (ABI) pode ser uma opção.
3 ) Qual o papel do fonoaudiólogo na reabilitação auditiva?
Na maioria dos casos de perda de audição — seja ela leve, moderada, severa ou profunda —o acompanhamento com os aparelhos auditivos são o primeiro passo no processo de reabilitação . É o fonoaudiólogo que irá indicar o aparelho auditivo mais adequado, com base em uma avaliação do exame auditivo, grau de compreensão das palavras, da anatomia do ouvido e no estilo de vida do paciente. Nesse momento, o fonoaudiólogo conversará com o paciente para entender quais são as suas principais dificuldades no dia a dia, os seus hábitos, e quais necessidades específicas devem ser atendidas com o uso dos aparelhos auditivos. Para isso, a confiança entre fono e paciente é fundamental!
Feita a escolha do aparelho, o fonoaudiólogo irá realizar os ajustes necessários no aparelho, como seleção de frequências, volume e direcionamento de som. O fono também vai orientar o paciente como manusear e cuidar bem do aparelho, trocar as pilhas (se houver), higienizá-lo, dentre outras boas práticas para o uso. O paciente precisa ter consciência de que o período de adaptação exige paciência, comprometimento e disciplina. O aparelho precisará ser usado em todo momento (principalmente em ambientes desafiadores com muitos ruídos) para que o cérebro se acostume a ouvir novamente e a discernir sons externos de conversas, por exemplo.
4) Como funciona o treinamento auditivo como parte da reabilitação auditiva
Em alguns casos, para ajudar o cérebro nesse período de readaptação aos sons, o treinamento auditivo consiste em exercícios que visam estimular e modificar as estruturas do cérebro para que ele melhore a compreensão dos diversos sons recebidos no dia a dia. Com o treinamento, o paciente irá treinar as habilidades de discriminar sons de frequência e intensidade diferentes, reconhecer vozes na presença de outros sons secundários, memorizar sons sequenciais, dentre outras possibilidades para sanar com as suas dificuldades cotidianas. O uso do aparelho auditivo associado a um bom processamento auditivo cerebral — que pode ser melhorado por meio do treinamento — garante uma melhor experiência na reabilitação auditiva do paciente, garantindo a sua capacidade em se concentrar apenas nos sons importantes como a compreensão de fala; no foco aos sons que deseja escutar, ignorando o ruído de fundo; na identificação de onde vem o som; e na sua qualidade auditiva como um todo.
Fonoaudióloga, Clari Dumke CRFa 9907
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