Dr. Paulo Bittencourt revela o que a ciência comprova sobre o envelhecimento ativo — e como hábitos simples, aliados ao propósito de vida, podem prolongar a saúde e a autonomia.
Longevidade saudável, produtiva, operacional e funcional
por Dr. Paulo Rogério Mudrovitsch de Bittencourt, PhD
Outubro começou o mês celebrando o dia do idoso , e a reflexão como envelhecer estando bem ? Um tempo de olhar para o passado com gratidão e para o futuro com propósito. Envelhecer não é apenas acumular anos — é transformar o tempo em sabedoria, movimento e saúde. A ciência já comprova: a longevidade saudável é resultado de pequenas escolhas repetidas por toda a vida. Não há milagre, apenas constância.
Nas últimas décadas, aprendemos que é possível viver mais e melhor. Há exemplos de sobra. Paul McCartney, Mick Jagger, Iggy Pop e Ney Matogrosso seguem se apresentando aos 80 anos com energia de garotos. No esporte, Cristiano Ronaldo é outro fenômeno: chegando aos 41 anos, ainda soma centenas de gols e desafia a biologia. Esses casos chamam atenção, mas revelam um princípio simples — quem mantém o corpo ativo e a mente desperta, mantém também o tempo sob controle.
A Organização Mundial da Saúde já demonstrou, desde os anos 1990, que as populações mais longevas do planeta seguem um padrão semelhante: alimentação leve, rica em vegetais, grãos integrais e azeite, como na dieta japonesa e mediterrânea, e atividade física diária, de preferência aeróbica, que gere sudorese e taquicardia sem causar impacto nas articulações. É isso — movimento diário e alimentação equilibrada, somados ao prazer de viver, formam o tripé da longevidade funcional.
Há três vilões que encurtam a vida: o cigarro, o álcool e o sedentarismo social, travestido de convívio familiar. Sim, o excesso de comidas pesadas, bolos, carnes vermelhas e bebidas alcoólicas faz parte da nossa cultura, mas pode ser fatal para o corpo e para a mente. A moderação — e não a proibição — é a chave.
Outro ponto essencial é o índice de massa corporal (IMC). manter o peso para que o índice de massa corporal esteja o mais próximo possível de 22, abaixo de 26, e, certamente, abaixo de 28, quando sobrepeso se transforma em obesidade.
O sobrepeso é inimigo silencioso, pois aumenta o risco de diabetes, hipertensão e doenças degenerativas. O corpo leve, aliado a músculos fortes e articulações preservadas, garante mobilidade e independência — dois pilares da vida longa.
Mas longevidade não se resume a números, nem à ausência de doenças. É também uma questão de propósito. As pessoas que continuam trabalhando, estudando, cuidando de plantas, netos ou projetos pessoais mantêm o cérebro em plena atividade. O propósito é o combustível da mente. E a mente ativa mantém o corpo em movimento.
Há ainda um princípio pouco lembrado, mas comprovado por estudos com gêmeos idênticos: as pessoas que evitam lesões ortopédicas vivem mais. Cuidar do corpo é preservar a autonomia. Lesões graves, próteses e cirurgias frequentes reduzem a expectativa de vida tanto quanto o tabaco ou o álcool. O segredo é economizar o próprio corpo — sem deixar de usá-lo.
Longevidade saudável não é destino, é escolha. Todos os dias. É acordar com disposição, alimentar-se com consciência, mover-se com prazer e, acima de tudo, cultivar a alegria de estar vivo. Porque viver bem é um aprendizado que se renova a cada dia — e o tempo, quando bem vivido, deixa de ser peso e passa a ser presente.
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Dr. Paulo Bittencourt, aos 16 anos, campeão da Travessia de Caiobá (1970), e aos 66, treinando durante a pandemia no Clube Curitibano (2020): o tempo é aliado de quem se mantém em movimento.